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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Alimentação na estrada oferece riscos à saúde dos caminhoneiros


Churrasco, polenta frita, feijoada. Os pratos que costumam fazer parte do cardápio de quem almoça ou janta na beira da estrada nem sempre são opções saudáveis para quem segue a rotina de viagens longas. Nutricionistas alertam para os riscos que a má qualidade da alimentação traz para os caminhoneiros, que podem sofrer com doenças cardiovasculares, diabetes, colesterol alto e mau funcionamento do intestino.
“O ideal seria fazer refeições a cada três horas. A dieta não se baseia (apenas) nas refeições principais”, explica a nutricionista Pérola Ribaldo, especialista em gestão de qualidade e mestre em Ciências Médicas pela Universidade de Campinas (Unicamp). Além disso, não adianta comer poucas vezes ao dia, nem a cada refeição servir grandes quantidades ou mais de uma vez.
A advertência é reforçada pelo chefe do departamento médico do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas (Sindicargas) de São Paulo, o médico Kleber Torres. “Eles só procuram (atendimento médico) quando já estão com uma doença. Não buscam a prevenção, a orientação, para fazer uma tabela nutricional”, analisa.
Alguns caminhoneiros até fazem a própria comida, mas a maioria busca restaurantes de estrada, principalmente em postos de gasolina, o que dificulta na hora de manter uma dieta balanceada. Nesses lugares, geralmente predominam os alimentos fritos, de difícil digestão. Se o caminhoneiro pega a estrada logo depois de comer, o perigo está na sonolência que isso provoca. “Ocorre o que chamamos de sequestro sanguíneo. O estômago dilata e puxa o sangue do cérebro e das extremidades para auxiliar na digestão. Por isso a sonolência”, esclarece Torres.
Mas, mesmo realizando as refeições fora de casa, é possível manter uma boa alimentação? Sim. Para Torres, as refeições devem atender às necessidades de proteína e carboidratos. Arroz e feijão é a combinação básica que lidera as indicações de médicos e nutricionistas para uma dieta saudável. “É importante também trocar carnes gordas por magras, dando preferência a carnes brancas”, aponta a nutricionista Eliane Cristóvão. Legumes e verduras podem ser ingeridos em grandes quantidades. Para os intervalos, beber sempre muita água para se hidratar, e ter sempre a mão frutas, barras de cereal e biscoitos integrais.
Embutidos como salsichão, salame, mortadela e linguiça estão na lista do que evitar. É importante ainda cuidar para não exagerar no sal. E nada de tomar muito café. Eliane recomenda, no máximo, quatro xícaras por dia. Outro cuidado é com alimentos de fácil degradação. Pratos que tenham leite e ovo como ingredientes não devem ser ingeridos, pois a eventual má conservação pode favorecer o crescimento e proliferação de micro-organismos que podem provocar doenças.

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