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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Queda na venda de caminhões ameaça milhares de empregos


Milhares de empregos estão em risco. O motivo é a queda na produção e venda de caminhões. As fábricas estão negociando com sindicatos férias coletivas e redução na jornada de trabalho pra evitar demissões. O sindicato também tem negociado férias coletivas e até suspensão temporária de contratos de trabalho.
O mercado automotivo registrou queda nas vendas e na produção de caminhões, nos primeiros quatro meses do ano. Um dos motivos principais é que as empresas acostumadas a renovar a frota anualmente anteciparam as compras no ano passado. A partir deste ano, as montadoras são obrigadas a fabricar caminhões com motores menos poluentes.
Uma transportadora renova 20% da frota todos os anos. São 200 novos caminhões. No ano passado, a direção mudou a estratégia. “Compramos 150 caminhões a mais do que o normal que fazemos. Então, compramos no ano passado 350 caminhões”, declara o presidente da empresa, Ubiratan Helou.
As empresas anteciparam os pedidos, porque sabiam que uma mudança tecnológica na produção de caminhões estava por vir. De janeiro para cá, só podem ser montados motores no padrão Euro 5 que são menos poluentes, porém mais caros. Agora, as montadoras amargam fortes quedas nas vendas e na produção.
Nos primeiros quatro meses do ano, as vendas de caminhões caíram 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A produção caiu mais: 30%. Sem lugar no pátio para as unidades encalhadas, as montadoras começam a adotar medidas de contenção de custos.
O Sindicato dos Metalúrgicos negocia. Para evitar a demissão de funcionários, fez um acordo de redução de jornada de trabalho e de salários na MWM e de suspensão temporária de contrato de trabalho por cinco meses na Mercedes. A Ford adotou a semana de quatro dias. A MAN, da Volkswagen, decidiu dar férias coletivas. E Scania fez um acordo de jornada flexível e pode parar a produção por 20 dias, entre junho e agosto.
Para acelerar as vendas, tem que ter combustível. Os novos caminhões rodam com o Diesel S-50, com baixo teor de enxofre. A Petrobras diz que, este ano, vai ampliar a distribuição do produto em todo o país, mas quem roda pelas estradas se preocupa.
“Se não tiver aquele combustível determinado para ele, ele não consegue abastecer. Se abastecer com o produto antigo, o caminhão vai andar, só que toda parte eletrônica também mostra que ele usou o produto mais poluído. Com isso, ele perde a garantia até do próprio veículo”, afirma o presidente do Sindicato dos Transportes Rodoviários de São Paulo, Norival de Almeida Silva.
Ao todo, 55% dos caminhões fabricados no Brasil saem das fábricas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que concentra quatro grandes montadoras.
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